Brasília, 22 de agosto – Proprietários de 340 mil automóveis ainda não quitaram o imposto deste ano, número equivale a 24,8% da frota do Distrito Federal.

O endividamento da população atingiu o Governo do Distrito Federal que, depois de arrecadar mais de R$ 106,3 milhões com multas em 2011; nada investiu em educação. A falta de pagamento do imposto é também consequência do erro no processo de cobrança.

O GDF não motivou o pagamento à vista do IPVA, oferecendo descontos atraentes para quem pagasse de uma só vez. Agora terá que parcelar as dívidas ou fazer o que mais sabe – blitz na cidade para recolher o automóvel, ao depósito do Detran, daqueles que não tiveram o dinheiro para pagar.

 

A inadimplência de motoristas do Distrito Federal com o pagamento do IPVA (Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores) já causa um prejuízo de R$ 285 milhões aos cofres públicos. O valor inclui as parcelas atrasadas de 2011 e dos anos anteriores.

 

Segundo a Secretaria de Fazenda do DF, ainda este mês novas medidas serão anunciadas com o propósito de reduzir o calote. Estão em estudo o parcelamento de dívidas e a concessão de descontos.

O prazo para pagamento das parcelas do IPVA de 2012 terminou em junho. Até agora 340 mil donos de veículos ainda não quitaram o imposto. A quantidade de automóveis inadimplentes corresponde a 24,81% da frota total do DF que, até o final de julho, era de 1.370.251 veículos, segundo dados do Detran-DF. Do ano passado para cá, 52.530 automóveis novos passaram a circular pelas ruas do DF.

 

Professor de Contabilidade da UnB, José Antônio França, acredita que o número de inadimplentes reflete a falta de planejamento no orçamento familiar. “Nos últimos anos o preço para comprar carro caiu e as pessoas aproveitaram. Mas, muitas vezes, a renda só é suficiente para pagar as parcelas de compra. Esquecem que tem também o custo de manutenção do carro”, diz.

O imposto é cobrado com base no valor de mercado do veículo. Carros pagam tarifas de 3%. Para as motos o valor é de 2% e para caminhões, 1%. O professor da UnB sugere que para diminuir o calote o governo aumente o número de parcelas. “Atualmente cobram o IPVA em 5, poderia passar para 10, por exemplo”, defende José Antônio França.

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