15/03/2016. Crédito: Jhonatan Vieira/Esp.CB/D.A.Press. Brasil. Brasília - DF. Desemprego. Fila de emprego na Agencia do Trabalhador no Setor de Diversões Norte.
15/03/2016. Crédito: Jhonatan Vieira/Esp.CB/D.A.Press. Brasil. Brasília – DF. Desemprego. Fila de emprego na Agencia do Trabalhador no Setor de Diversões Norte.
Brasília, 16 de maio – O desemprego será a maior ameaça à estabilidade da administração de Michel Temer. Economistas admitem que, mesmo com a mudança de governo, as demissões ainda vão continuar, aumentando o descontentamento da população com a economia. As estimativas mais conservadoras indicam que pelo menos 2 milhões de pessoas vão se juntar, até o fim do ano, ao recorde de 11,1 milhões de desocupados identificados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) até março. Os mais pessimistas falam em 3 milhões de demissões neste ano, independentemente da troca de governo.

O acelerado corte de vagas tende a elevar a pressão sobre Temer, que assumiu a Presidência interinamente na semana passada, diante da decisão do Senado de abrir processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, que foi afastada do poder por até 180 dias. No entender dos economistas, não há disposição entre os eleitores de dar tempo ao peemedebista. Portanto, se quiser evitar manifestações mais fortes nas ruas, ele terá que agir rápido para reverter o pessimismo e encorajar os agentes econômicos a retomarem os investimentos o mais rapidamente possível.

Na avaliação do economista Alexandre Espírito Santo, da Órama Investimentos, os próximos 60 dias serão cruciais para que o presidente em exercício dê uma direção à economia, indicando a retomada do crescimento, mesmo que num prazo mais longo que o desejado. Caso não consiga pôr em prática medidas que levem à queda mais forte da inflação e à retomada da confiança, Temer terá que lidar com cobranças muito fortes, inclusive do empresariado que o está apoiando. Em média, três pessoas orbitam em torno de um desempregado. Ou seja, 44,4 milhões de brasileiros estão sofrendo com a forte retração da economia, que pode encolher até 4% neste ano.