Brasília, 27 de novembro – Com a credibilidade minada pelos truques contábeis que marcaram seu primeiro mandato, a presidente Dilma Rousseff se convenceu, enfim, que é melhor o governo apresentar uma meta de superavit primário que possa, efetivamente, ser cumprida em 2015, se quiser recuperar a confiança dos investidores e recolocar a economia em trajetória de crescimento. Foi exatamente isso que ela pediu ao próximo ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Hoje à tarde, ele será anunciado como titular da pasta, numa cerimônia em que Nelson Barbosa será confirmado à frente do Ministério do Planejamento. Ambos, porém, não tomarão posse imediatamente. Transitoriamente, cumprirão expediente no Palácio do Planalto.
Os desafios de Levy serão reverter desonerações tributárias, gerar mais receita e, a partir da melhora das contas públicas, hoje em frangalhos, criar um ambiente mais propício para o investimento privado. Só assim, ele poderá também evitar que o país perca o grau de investimento conferido pelas agências internacionais de classificação de risco e afunde ainda mais no atoleiro.
O primeiro passo será tornar o superavit primário uma peça realista, e não de ficção. Pelo projeto de orçamento enviado ao Congresso Nacional, a economia para o pagamento dos juros da dívida pública ficaria entre 2% e 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2015. Essa, no entanto, é uma meta impossível de ser alcançada, na avaliação de especialistas. Para eles, o resultado considerado plausível fica entre 1,2% e 1,9% do PIB.
“É necessário recompor o primário e levá-lo, gradualmente, a 2% ou 2,5% do PIB. No início, é preferível que seja um número crível, que garanta estabilidade”, destacou Carlos Kawall, economista-chefe do Banco J. Safra. “É difícil acreditar que, já em 2015, o governo atinja os 2,5% porque o cenário ainda é de baixo crescimento e de muitas desonerações. O volume de receitas caiu, por isso o provável é um superavit de 1,2%”, assinalou o economista sênior do BES Investimento, Flavio Serrano.
Dívida pública
Aumentar a poupança interna é fundamental para reverter a trajetória ascendente da dívida bruta do governo. Quando Dilma assumiu, em 2011, ela comprometia 53,3% do PIB. No último relatório do Banco Central, relativo a setembro, o endividamento alcançou R$ 3,132 trilhões, o equivalente a 61,7% do PIB. Se quiser interromper essa tendência, o governo terá que reduzir gastos, e já anunciou um corte entre R$ 50 bilhões e R$ 55 bilhões no orçamento.
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