Brasília, 13 de julho – O mercado elevou pela quinta vez seguida a projeção para a inflação neste ano, para 5,11%, ante 5% na semana anterior, de acordo com pesquisa Focus do Banco Central, divulgada nesta segunda-feira (13). A perspectiva para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) foi reduzida para 1,81%, ante 1,85% anteriormente, segundo o relatório. Para 2013, a projeção foi mantida em 4%.

Os analistas também mantiveram a perspectiva para a taxa básica de juros, a Selic –hoje na mínima histórica de 8% ao ano– em 7,25% no final deste ano.

As projeções para a retração da produção industrial este ano pioram há 11 semanas. Desta vez, a estimativa de queda passou de 0,69% para 1%. No próximo ano, a expectativa é que haja recuperação, com crescimento de 4,3%, ante os 4,4% previstos no boletim divulgado na semana passada.

A expectativa para a cotação do dólar ao final do ano permanece em R$ 2, tanto para 2012 quanto para 2013. A previsão para o superavit comercial (saldo positivo de exportações menos importações) passou de US$ 17,6 bilhões para US$ 18 bilhões, neste ano, e de US$ 13,7 bilhões para US$ 14,2 bilhões, em 2013.

Para o deficit em transações correntes (registro das transações de compra e venda de mercadorias e serviços do Brasil com o exterior), a estimativa foi ajustada de US$ 59,63 bilhões para US$ 59,25 bilhões, este ano, e mantida em US$ 70 bilhões, em 2013.

A expectativa para o investimento estrangeiro direto (recursos que vão para o setor produtivo do país) foi mantida em US$ 55 bilhões, este ano, e em US$ 60 bilhões, em 2013.

Alimentos pressionam a alta da inflação

Os resultados da pesquisa do BC mostram que o mercado vê a inflação afastando-se do centro da meta oficial, de 4,5%, impulsionados pela divulgação do IPCA de julho, na semana passada, cuja alta acelerou para 0,43%, acumulando em 12 meses 5,20%. O resultado de julho foi pressionado, principalmente pela alta dos preços dos alimentos.

O repique da inflação, no entanto, não preocupa o governo, cuja avaliação é de que essas pressões são pontuais e vão perder força. O problema maior continua sendo a atividade econômica ainda fraca.

A redução da taxa básica de juros –que já passou por oito cortes seguidos desde agosto do ano passado–, faz parte da política do BC para impulsionar a economia. O Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne nos próximos dias 28 e 29 e a expectativa é de que haja mais um corte de 0,50% na taxa.

Reuters e Agência Brasil