A medida, na opinião dele, é justificável em tempos de crise

Correio Braziliense

O secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, defendeu, nesta terça-feira (14/4), o congelamento de salários de servidores públicos por alguns anos. A medida, na opinião dele, é justificável em tempos de crise, como o vivido hoje devido à pandemia de coronavírus. Como não haverá corte na remuneração, ele acredita que o cenário é melhor do que o observado na iniciativa privada, que pode diminuir salários. Mansueto comentou o assunto em live promovida pelo Jota. Continua depois da publicidade

A equipe econômica estuda proibir reajustes para conseguir arcar com os gastos urgentes para contenção da pandemia, como criação de auxílios e isenção de impostos. Mansueto lembrou que a proposta “não é queda de salário, é suspensão de aumento por alguns anos”, sem nenhum corte. “Acho que o próprio servidor público vai entender se o governo tiver que passar um tempo, alguns anos, um ano, dois anos, o que for, sem possibilidade de dar aumento salarial, dado que não está ocorrendo nenhuma redução salarial”, afirmou. 

“Acho que os servidores vão aceitar esse sacrifício, em prol da sociedade, de uma conta grande que a gente vai ter que pagar”, acredita o secretário. “Confio muito no bom senso das pessoas”, completou. O assunto, segundo ele, deve ser levado para debate, até porque o funcionalismo público teve reajustes quatro anos seguidos, de 2016 a 2019, mesmo durante períodos de dificuldade financeira.


Ele ressaltou que 2020 será “o primeiro ano, depois de quatro anos, que servidor público das carreiras mais bem pagas não estão tendo aumento acima da inflação, nem aumento nominal”. E voltou a dizer que “o serviço público está, pelo menos, mantendo salário”, enquanto a iniciativa privada está em situação mais delicada, na visão dele. “A gente está numa crise muito séria, vendo mais de 1 milhão de empregados no setor privado tendo redução de salários”, apontou.